A diversidade cultural é um fato tão antigo
quanto a humanidade. Baseando-nos na definição mais simples de cultura - que
está vinculada às maneiras de fazer, pensar e sentir -, podemos facilmente
verificar que sempre houve diferentes maneiras de viver. Modos de vida que
eram, e são, partilhados pelos membros de um grupo social e que faziam parte
das identidades culturais de tais comunidades. O que é relativamente novo é a
valorização dessa diversidade. Hoje, defendemos que essas identidades
culturais não devem ser ignoradas, mas sim valorizadas.
O fundamento dessa crença no valor da diversidade cultural
está na ideia de que todos os grupos sociais têm uma contribuição importante
para a cultura nacional. O mesmo podemos dizer das diversas
culturas nacionais em relação ao mundo globalizado. Apesar de todo discurso em
defesa da diversidade e do direito às diferentes identidades culturais, ainda
existem muitos que são contra, provavelmente devido ao medo de perder algum
privilégio social. Por outro lado, muitos que são favoráveis a uma sociedade
onde a diversidade se faça presente também são professores que não sabem muito
bem como isso pode ser ensinado.
Muitas vezes, as escolas têm adotado a postura mais cômoda,
lançando mão de adotar comemorações em datas específicas. Mesmo que as
intenções sejam nobres, falar das culturas indígenas apenas no “dia do índio”
ou das culturas africanas somente no “dia da consciência negra” pode significar
que tais identidades não serão motivo de preocupação no restante do ano.
O Censo de 2010, realizado pelo IBGE , apontou a
seguinte composição da população brasileira: somos aproximadamente 191 milhões
de habitantes divididos em 47,51% de brancos, 7,52% de pretos, 1,10% de
amarelos, 43,42% de pardos, 0, 43% de indígenas (além de alguns que não
declararam). Diante desses números, não resta dúvida que todos os estudantes
deveriam aprender a conviver e interagir em um ambiente
predominantemente diverso.
Mesmo que consideremos apenas a diversidade étnica,
acreditamos que a diversidade cultural presente nas escolas certamente pode
produzir experiências de vida muito erinquecedoras. Esse resultado deve vir
para os indivíduos das oportunidades de trabalhar lado a lado com outros alunos,
diferentes de si mesmos. A existência de uma população diversificada
de alunos desenvolve, necessariamente, uma compreensão das diferentes
perspectivas de entendimento do mundo e estimula os alunos a conviver em um
ambiente onde a diversidade étnica está presente.
Historicamente, a escola brasileira era muito mais
homogênea em sua composição. Grande parcela da população não frequentava os
bancos escolares. Assim, quanto mais as escolas públicas tornaram-se
diversificadas, maiores foram sendo as demandas por soluções eficazes para a
questão da qualidade do ensino. Além dos conflitos inerentes à convivência com
a diversidade; tanto alunos quanto professores precisavam aprender a conviver
com o diferente. Um dos principais desafios para os professores é, então,
ensinar de forma a não favorecer algum grupo étnico em detrimento do outro.